Esse Blog tem por finalidade divulgar o trabalho de um grande músico e professor de técnica vocal no qual admiro muito. Jean Nastrini é uma das grandes vozes escondidas nesse país, que já foi premiado e reconhecido por grandes nomes do metal nacional, como um dos melhores vocais da categoria e por isso divulgaremos o trabalho desse profissional e amigo. Entrem e confiram. Sejam bem vindos.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

          PQ O SOM EMITIDO POR UM CANTOR PODE VIR A SER UM “TIMBRE DETURPADO”
Farei uma analogia através deste artigo, onde irei apresentar referenciais comparativos a “alguns instrumentos de cordas” com a voz humana dentro do gênero do Rock e suas vertentes.
Apresento a seguinte situação:
- Imaginem um exímio guitarrista que tenha as melhores marcas do planeta em suas mãos.
Inclua também o melhor amplificador e quaisquer outros equipamentos que o referido músico em questão venha a ter em seu setup, mas com algumas condições:
- O braço está extremamente empenado, o encordoamento importado já é velho e não proporciona o antigo brilho das notas como outrora.
O amplificador é recondicionado, tem problemas nos inputs e o potenciômetro está com ruído.
A persistência no estudo e até mesmo o virtuosismo NUNCA poderão ser executados com maestria se o instrumento e equipamentos deste guitarrista apresentarem problemas.
O braço empenado implicará na pegada do instrumentista, as cordas velhas não proporcionarão um som com qualidade e tudo isso resultará em um “timbre deturpado” em suas performances ao vivo e principalmente na sessões de gravação.
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Vamos agora expor dificuldades semelhantes para um cantor dotado de um belo timbre, que tenha técnica, um excelente fraseado e perfeita dicção, mas tudo isso há anos e anos atrás em sua carreira porque ao longo do tempo uma série de problemas de saúde foram sendo desencadeados.
É preciso entender que o cantor é o próprio instrumento. Sem direito a ter um luthier para regular sua tensão, sem direito a comprar um novo jogo de cordas ou comprar novos captadores, tarraxas e assim por diante.
A voz que temos é única e sem direito a trocas e reposições.
Muitos produtores pecam ao focar sua atenção apenas no resultado que ouvem, mas não procuram saber se o(a) cantor(a) está bem de saúde, se apresenta problemas fisiológicos, psicológicos e até mesmo sentimentais.
“Sê constatado” a maneira mais profissional e humana seria o aconselhamento para que se trate ou tentar ajudá-lo a suprir as dificuldades em sua execução.
A grande maioria quer simplesmente que este chegue e cante pq se não o fizer, o julgará como uma bela porcaria e os adjetivos negativos tendem a ser disso pra baixo, mas em relação aos instrumentistas sempre se preocupam com cada detalhe do instrumento que têm.
Relacionam o desgaste de uma pele de bateria ou de velhas cordas pela substituição e seguem as gravações!
Não percebem que um cantor também tem problemas, mas estes são INTERNOS e sem direito a troca ou reposições de peças.
Ao longo dos anos eu desenvolvi um triste problema que se chama “hipertrofia” e em meu caso foi no lado direito do rosto. Aliás, à partir de uma parte da cabeça, passa por todo lado direito da face, chegando até a musculatura das paredes (pescoço).
A facilidade que eu tinha para cantar o mais afinado possível, a pegada sempre impecável, assim como a articulação foram extremamente comprometidos fazendo com que o resultado final na execução seja a de um “timbre deturpado”.
Como faço para lidar com isso e buscar o melhor do timbre que tenho?
Desde o início do ano de 2001 eu entrei em uma forte depressão, a qual faço tratamento até aos dias de hj (leia-se, 15 anos de muita luta).
Ao mesmo tempo e sem que eu soubesse, a hipertrofia começou a desenvolver-se em meu rosto e a dificuldade que nunca tive para quaisquer notas que fossem começaram a surgir.
A articulação das consoantes passaram a ser um pesadelo como nunca visto.
O mais curioso e interessante é que não tenho e nunca tive nenhum problema nas pregas vocais. Estão e sempre estiveram intactas.
A maneira que tenho para conviver com os diversos problemas que me assolam vem através de específicos alongamentos, relaxantes musculares que normalmente são contra-indicados por médicos, mas é a única forma que tenho para conseguir gravar algum trabalho dentro das limitadas possibilidade que passei a ter.
Tive que me moldar à situação, lidar da melhor maneira possível com tudo e as vezes lendo ou vendo pessoas alegando argumentos que não tem o menor fundamento e quiçá um conhecimento aprofundado sobre o assunto ou sobre “Técnica Vocal”.
Fazem comparativos entre cantores e instrumentistas como se o funcionamento da geradora de sons fosse o mesmo.
Efeitos em uma voz não mudam a afinação de um cantor, mas também não é cantando em qualquer microfone ou em até alguns muito bons que um timbre pode ser captado de forma correta.
Não é utilizando qualquer fone de ouvido e sem um bom pré-valvulado que o som entrará “aquecido” e também é preciso diferenciar “cantar de berrar”.
Vocais guturais dispensam afinação, melodia e muitas das vezes mal conseguimos compreender a letra que na maioria das vezes são escritas em inglês.
Haja visto que existem inúmeros modelos com diâmetros de cardioides, diafragmas, cápsulas e cúpulas das mais diferentes formas de microfones e porque isso?
As frequências vocais “masculina e feminina”, dentre outras características como tessitura e potência de voz são diferenciados de um cantor para outro e se isso não importasse não teríamos tamanha variedade de microfones, assim como não teríamos tamanha variedade em modelos de instrumentos porque cada “gênero musical” pede um timbre diferenciado.
Com a facilidade da tecnologia é possível nos dias de hoje que uma pessoa componha uma canção sem ter noção aprofundada. As ferramentas quase tocam sozinhas todos os instrumentos...rs
É possível pegar-se uma guitarra qualquer, gravar bases e riffs e posteriormente usar-se emuladores virtuais, POD e demais recursos tecnológicos.
O resultado final mesmo em home studio’s?
UM PUTA SOM DE GUITARRA!
Da mesma maneira as ferramentas das plataformas PROTOOLS, CUBASE (dentre outros), puxam para o tempo correto os erros de execução dos bateristas e o famoso SOUND REPLACER conserta o problema da “falha e fraca pegada”, possibilitando estrondosa sonoridade na caixa da bateria e nos dois bumbos que imperam dentro do mundo do heavy metal.
Basta colocar-se sensores acoplados nas peças de uma bateria GOPE e escolher em um simples DM-5 quais os sons que o músico deseja para ter-se o timbre dos dos timbres!
É preciso que os produtores tenham mais sensibilidade ao lidar com os cantores e que tenham o bom senso em saber diferenciar “instrumentos de instrumentistas”.
Encerro com a alegação que sempre tive em minha vida musical:
É AO VIVO que podemos constatar a verdadeira capacidade de um músico.

sábado, 30 de janeiro de 2016


Aulas Personalizadas com Jean Nastrini

                    Sala de aulas em formato Home Studio.

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